Com a retomada dos trabalhos no Congresso Nacional, está prevista para esta semana a instalação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investigará fraudes e descontos indevidos aplicados por sindicatos em aposentadorias e pensões do INSS. A expectativa é que os trabalhos comecem até a próxima quinta-feira.
O comando da CPMI ficará a cargo do senador Omar Aziz (PSD-AM), que lidera o partido no Senado. A relatoria caberá a um deputado ainda a ser indicado pelo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB). Nos bastidores, a preferência recai sobre um nome de centro, sem vínculos diretos com o bolsonarismo e tampouco integrante da base do governo.
Em entrevista à Jovem Pan, Aziz reforçou que pretende blindar os trabalhos contra a polarização política e concentrar os esforços da comissão na defesa dos aposentados. “Não é algo contra A ou B, é a favor das pessoas que foram enganadas. Não tem por que transformar isso numa histeria entre direita e esquerda, Lula ou Bolsonaro. As pessoas que cometeram esses atos precisam ser punidas”, afirmou.
A iniciativa de instalar a CPMI partiu da oposição, que em maio conseguiu reunir o número necessário de assinaturas. A motivação direta foi uma operação conjunta da Polícia Federal e da Controladoria-Geral da União (CGU), realizada em abril, que revelou um esquema de descontos irregulares aplicados por entidades sindicais diretamente nos benefícios de aposentados e pensionistas.
Diferente de uma CPI tradicional da Câmara, a CPMI reúne deputados e senadores, o que tende a ampliar sua repercussão política e institucional. O foco agora está na definição dos membros e na condução dos trabalhos, com atenção redobrada ao impacto sobre as lideranças sindicais e seus vínculos políticos.
