A Arquidiocese de São Paulo divulgou nota em que manifesta “perplexidade” sobre a iniciativa da Câmara paulistana de instalar uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) que investigaria, entre outros temas, a atuação do padre Júlio Lancellotti. “Perguntamo-nos por quais motivos se pretende promover uma CPI contra um sacerdote que trabalha com os pobres, justamente no início de um ano eleitoral”, diz a entidade em nota.
O pedido foi feito em dezembro pelo vereador Rubinho Nunes (União), corregedor reeleito da Câmara e ex-integrante do Movimento Brasil Livre (MBL). O requerimento não nomina nenhuma ONG especificamente, mas o parlamentar citou duas entidades (Centro Social Nossa Senhora do Bom Parto e Craco Resiste), além da atuação do padre Júlio.
A Arquidiocese lembra ainda que ele não é um parlamentar, mas vigário episcopal para o povo de rua. Assim, “exerce o importante trabalho de coordenação, articulação e animação dos vários serviços pastorais voltados ao atendimento, acolhida e cuidado das pessoas em situação de rua na cidade”. Na nota, a instituição reitera “a importância do trabalho da Igreja junto aos mais pobres da sociedade”.
A Câmara volta do recesso em fevereiro. O pedido do vereador passará pelo Colégio de Líderes.
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